Você se lembra dos jipes Opportunity e Spirit que estão em Marte desde janeiro de 2004? Planejados para durar uns 3 meses, eles ainda estão lá trabalhando, enfrentando os rigores de um clima bastante inóspito para equipamentos eletrônicos. Além da idade dos equipamentos, o desgaste pela contínua exposição à radiação de alta energia do Sol, bem como o acúmulo de poeira sobre os painéis solares, têm feito com que eles percam a eficiência ao longo dos anos. Mas ainda estão ativos.
Agora o problema é outro e bem inusitado. O Spirit está atolado em Marte! Na verdade desde o dia 23 de abril ele está preso em uma região batizada de “Troy” (Troia). Desde 2006, uma das 6 rodas do jipe (a frontal direita) se quebrou e desde então o Spirit tem andando de ré, puxando a roda defeituosa. Em abril deste ano, ao caminhar sobre a superfície, o jipe atingiu uma área que se partiu. Era uma crosta que não resistiu ao peso do jipe e não seria grande problema, se por baixo não houvesse areia fina.
Essa areia fez as rodas patinarem. O resultado das primeiras tentativas de desatolar o jipe foi que ele afundou na areia fina. Diante disso, os cientistas da Nasa decidiram parar tudo e começaram a quebrar a cabeça para tentar livrar o Spirit.
Desde então, centenas de simulações foram feitas com uma réplica do jipe em Pasadena, na Califórnia. Existe uma área que simula as condições do relevo marciano, que é usada para planejar as manobras dos jipes, antes de serem executadas. Apesar de muito realistas, esse tanque de testes não é Marte, a começar pela gravidade que aqui é muito maior.
O plano atual é dar força total à frente, e ir derrapando o jipe em direção a uma rampa suave, para que as rodas tenham tração suficiente para movimentá-lo. Só que fazer isso a milhões de quilômetros de distância, com algumas horas de intervalo entre o comando e a ação, não é tarefa fácil. Além disso, ninguém sabe como será o comportamento do jipe nesta arrancada com uma roda defeituosa. Os próprios cientistas dessa missão de desatolamento estão pouco otimistas.
Por outro lado, com o retiro forçado, o Spirit teve oportunidade de fazer um estudo detalhado de seu tanque de areia. A região onde está atolado é um lugar com uma grande concentração de sulfatos. Provavelmente, era uma nascente com água fervente ou uma saída lateral de um vulcão que produziu a tal crosta que se partiu com o peso do Spirit.
Fonte: (1)
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